sábado, 30 de agosto de 2014

Pró-família, algo que ensinei aos meus alunos a não serem.

Pró-família é como se rotulam as pessoas favoráveis a existência do casamento entre homens e mulheres e dos filhos que nascem dessa união. Eles entendem que esse modelo está sob risco e que deve ser protegido pelo Estado e pelas políticas públicas, pois a implosão desse modelo destruiria toda a sociedade. Por isso, em muitos púlpitos de igrejas, em muitas bancadas políticas e em muitos programas jornalísticos, de baixo nível crítico há de se convir, existem religiosos, políticos e comunicadores se denominando pró-família.


Outro dia durante a aula meus alunos do Ensino Fundamental diziam que quando crescessem votariam apenas em políticos pró-família. A grande questão e que eles até então não entendiam é que boa parte deles vem de modelos familiares que fogem ao modelo pregado por tais tipos de políticos. Sabendo disso esse foi aquele momento que um professor sensibilizado resolve jogar o conteúdo da aula e o seu planejamento para escanteio e focar em algo mais próximo e relevante naquele momento para os seus estudantes.

Perguntei a todos como eram as famílias deles. Muitos viviam com os pais e os irmãos, a família nuclear defendida pelos pró-família. Porém, igualmente muitos eram filhos de mães solteiras, divorciadas, possuíam os pais vivendo em um segundo casamento adotando como irmãos os filhos do novo companheiro de seu genitor. Outros eram criados pelos avós ou tios.

Perguntei a todos se eles se sentiam pessoas amadas, protegidas e de bem por serem criadas por essas famílias. Também se pensavam se tivesse em um outro tipo de família poderiam se tornar pessoas melhores ou se os seus problemas familiares seriam resolvidos. Muitos me responderam que sim, eram amados, protegidos e bem criados. Do mesmo modo que disseram que se mudassem o jeito da família e apenas isso, continuariam os problemas continuariam, como um pai alcoólatra ou a rixa com o irmão. O interessante é que problemas familiares era algo compartilhado por todos, até mesmo pelos filhos de famílias nucleares.

Bem, provocada a reflexão disse a todos que os políticos que se denominam pró-família entendem que o único modelo de família que vale é o nuclear, após é claro explicar a eles o que significa isso. Continuei dizendo que na visão desses políticos outras famílias do tipo que eles defendem, além de não serem famílias causavam problemas a toda sociedade, pois criavam pessoas sem referenciais. Todos ficaram revoltados e concluíram que Pastor Everaldo entre outros não devem ter lugar na política e em lugar algum.

Fato é que gostei do resultado da aula. Os estudantes, todos eles, evoluíram ao mesmo ponto e sem pensar que devem pensar daquele jeito porque devem. Chegaram aquela conclusão porque entendiam o que acontecia, o que estava sendo proposto e suas eventuais consequências e com seus julgamentos internos decidiram se aquilo era o que convinha a eles ou não.

O acontecimento dessa aula me inspirou. Tanto é que a aproveitei esse assunto para as aulas de Ensino Religioso. Aulas nas quais eu discuto questões cotidianas e referentes a valores, o que causa uma frustração em alguns alunos, pois eles pensam que eu vou falar de Deus e convencê-los da existência dele. Não faço nada disso e o pânico maior em alguns é quando eu admito a eles o meu ceticismo, apesar dos valores que defendo, algo que até então a noção de mundo deles entendia como incompatível.

Mas enfim, nas aulas ER a sensação de dever cumprido foi ainda maior. Primeiro porque os estudantes para os quais leciono a disciplina são da Educação de Jovens e Adultos, além de votarem em muitos casos são pais ou mães de família, são ativos em suas denominações religiosas, entre outros aspectos. O que mais gostei é a mudança de percepção que muitos foram demonstrando, inclusive os mais religiosos e militantes de suas crenças. No decorrer de 50 minutos começarem convictos de uma verdade e ao final perceberem que aquela era tão somente uma possibilidade. O melhor é que certamente desses dias pra frente muita gente não será mais pró-família.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Toda mulher precisa de um homem... gay



Todo homem gay possui pelo menos uma amiga heterossexual. É muito provável que dado o convívio esse homem gay seja o homem a vida dela. Mesmo que ela seja casada ou tenha um namorado, o amigo gay é pelo menos o amante dela. Um amante que não faz sexo, mas que às vezes bem que ela queria que fizesse. 

Sim, é verdade que ela deseja um macho heterossexual que tenha um pinto grande e gostoso que coma a xoxota molhada dela. O jeito como ele come depende. Pode ser um homem das cavernas bruto e que lhe chame de vagabunda ou um lorde inglês, que a desbrave as costas com a barba e termine com uma língua quente em sua vagina. O importante mesmo é que ela tenha prazer e obviamente seja consentido e na relação ela seja vista da mesma maneira. 

No entanto vamos convir, você é o surto de masculinidade (ou não) na vida dela. É o corpinho sarado ou simplesmente másculo no qual ela pode na balada passar suas mãos delicadas de unhas bem pintadas. É o macho que circula com ela pelos corredores do shopping e entende dos seus assuntos prediletos, às fofocas de artista, maquiagens, cabelos e roupas (tirando a moda masculina, todo o resto não se aplica a mim e elas se irritam com isso). 

Sim, você também é o homem que a noite, quando todos estão bêbado ela deita em seu ombro e começa a falar daquele macho alfa que desprezou o coração dela. Coração? O que importa o coração! Ela confessa, o que queria mesmo era aquele corpo nu e aquele falo duro e quente penetrando compulsivamente a xoxota molhada dela. E ela te confessa isso e você se excita imaginando aquilo, o pinto duro e quente é lógico. 

Você é aquele sujeito que simplesmente ela vai apresentar às melhores amigas. Também aos pais e com orgulho. A mãe vai curtir, o pai desconfiar e você querer encostar a cabeça no ombro dela para contemplar seu irmão sem camisa lavando o carro. Você é aquele sujeito de quem ela vai falar para o boy que ela começou a conhecer para ver o quão fofo ou boçal ele pode ser com a diversidade. 

O novo boy pode até desprezá-la, mas você vai levá-la para a melhor balada de música da cidade, fazê-la-ia descer até o chão e a cercará com outros homens como você, gays. E ao som de muita música Pop farão suas redes sociais bombar com fotos da noite na qual ela dança, se descabela e sorri porque é a mulher mais linda, gostosa, feliz e com tantos maridos, gays, enquanto aquele cafajeste deve estar em casa se consolando com punhetas. 

E não importa aquela invejosa do trabalho na confraternização na chácara alugada pela firma. Quando a mocreia alfinetar sua heterossexual de estimação você se transformará no "O cara que samba na cara daquela mocreia! O cara que lacra na cara das recalcadas pra te por lá em cima". Sim, porque você é ácido, irônico, Phyno, ou melhor, fino, e que mulher ganha de um gay nisso?

Sim, é você esse cara, e ela vai te desejar nu em outra noite de bebedeira e dor de cotovelo. Você até permitirá uma casquinha na sua coxa peluda, no seu umbigo ou no volume da sua calça jeans. Mas nada vai rolar. Ela juntará as amigas e juntas elas farão um fã clube para falar o quanto de culto, educado, romântico, inteligente, ácido, seguro, moderno, cheiroso e lindo você é, porém... elas entorna um shot de tequila e convergem... gay.